segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vida alheia

Um colega meu de trabalho descobriu a psicanálise e se tornou um chato, coitado. Ele fica classificando as pessoas segundo conceitos recém adquiridos. Paixão total, daquelas que a gente delira, pensa na pessoa dia e noite,  é obsessão, defesa de ponto de vista  de forma mais calorosa é conflito com autoridade paterna e, o pior de tudo, chegar mais perto dele, debaixo do guarda-chuva, temporal derretendo a cidade,  é jogo de sedução. O baixinho está se achando.
Outra colega voltou das férias linda, linda. Magra. Fui elogiar e ela me contou que foi no médico que atende a  mulher do nosso chefe.   O sujeito passou um antidepressivo mais três comprimidos de cores diferentes mais um remédio para pré diabete. Mas você está diabética? Perguntei  já com medo do meu gosto por brigadeiros e quindins. Não, mais posso ficar. Então, você ficou linda assim sem passar fome? Não, explicou ela, na maior paciência. Perdi aquele desespero que eu tinha de comer e meu metabolismo ficou mais acelerado.
Ainda pensei em pesquisar na Internet essa história de mexer com insulina e seritonina para emagrecer, mas depois pensei: já tenho tanta coisa para pesquisar e ainda vou cuidar da vida dos outros?

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