domingo, 26 de dezembro de 2010

O taro do Osho


Hoje,  zapeando na Internet encontrei uma tradução interessante para a palavra Tolo. É a pessoa que por mais que seja enganada, sempre confia. Achei legal essa abordagem porque, em geral, o que mais se escuta sobre uma pessoa enganada é: como foi que ela permitiu isso? Não permitiu. Confiou.
Foi aí que me ocorreu, também, essa diferença entre tolice e burrice. Porque se a tolice está ligada à inocência, a burrice está ligada à consciência, à procura de alguma coisa ruim. A pessoa declara que vai torpedear o que o outro está fazendo e o outro ainda convida para participar. É muito.
Passei o domingo com uma amiga no Saison em Itaipava. A mãe dela foi para lá ontem, à tarde, se desintoxicar do Natal, convidou a filha e como eu sou uma pobre órfã de mãe, com o pai trancafiado num aeroporto em Londres, por causa da nevasca, fui  na aba. Uma delícia. Comida gostosa, quase sem sal, para os meus padrões, massagem deliciosa, hidroginástica, corrida na água, alongamento, voltamos revigoradas. A mãe da minha amiga é chiquérrima, trabalhou como estilista a vida inteira, entende tudo de moda e é super, hiper bem educada. Não disse nada dos nossos modelitos desleixados.
Estou brincando, rolando na cabeça, meu graphic novel. Um caminho que está indo e voltando é o de apresentar logo tudo o que vem pela frente. Só depois entrar no presente.  Só de escrever isso, me apareceu uma sequencia inteira.
É interessante observar crianças que não são nossas, crianças que a gente não tem contato diário. Dá para notar em que medida os pais estão ensinando os seus medos, seus preconceitos, suas qualidades. Semana passada fui ao Gula Gula de Ipanema com uma colega que estudou comigo no São Vicente, ela engravidou no finalzinho da faculdade, enfim, filho estava com uma fitinha n braço, dessas de fazer pedido, e a fita arrastava na comida todas as vezes em que ele mexia no prato. A mãe não conversou. Abriu a bolsa,  pegou a tesourinha de unha, cortou a fita e jogou fora. Mas e o desejo? Perguntou o garotinho de seis anos. Já deu tempo de realizar, respondeu minha amiga. Será que eu teria coragem de fazer isso? Provavelmente, não.

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